As vantagens de ser invisível: vi o filme e li o livro

Soube de As vantagens de ser invísivel no cinema. Vi o trailler, nos previews de algum outro filme que já nem lembro mais. Fiquei encantada e decidi que veria aquele filme assim que estreasse. Só que trailler a gente esquece. Eu vi o filme que eu estava pra ver naquele dia no cinema e voltei pra casa.

Eis que, numa dessas sextas chuvosas que tem feito em sp, decidi voltar ao cinemas e As vantagens… havia estreado. O filme coube direitinho no horário que eu tinha, o que nem sempre acontece. Fiquei feliz, comprei um pipocão e fui. E AMEI! O filme é super lindo, sensível e super bem filmado. A trilha sonora, coisa relevante no meu mundo, tinha The Smiths, o que, pra mim, beira a perfeição em filmes.

Saindo do cinema, o Dario, meu sábio marido, me disse a seguinte frase: gostou do filme? O Pips disse que o livro é melhor. Não sei se o Pips disse isso, esqueci de perguntar. Mas a ideia de que o livro pudesse ser muito melhor do que aquele filme fofo me deu comichão e aí eu fiz duas coisas inéditas até então pra mim:

1) Li um livro depois de ter visto o filme

2) Comprei um livro que se auto denomina para “jovens leitores”, categoria na qual nunca me inclui, nem quando era jovenzinha mesmo.

O livro, editado pela Rocco (selo Rocco Jovens Leitores), estava fora de catálogo e foi ressuscitado pelo filme, com capa de poster de filme, sem uma boa revisão e essas coisas chatas. Mas achei que valia a pena encarar. E acertei, eba!

Então, li o bendito. A história, como imagina-se, vai bem mais fundo e os personagens são ainda mais deliciosamente complexos e cheios de um passado que só o protagonista pode nos revelar.

A grande sacada do livro não é nada fácil de segurar no filme. O livro é todo epistolar. Charlie, o narrador e protagonista da história, narra seus dias em cartas que escreve para um amigo desconhecido. O livro começa quando Charlie, depois de passar um ano no hospital após o suicídio de seu único amigo, está às vésperas da volta pro colégio, no primeiro ano do colegial.

As cartas existem no filme, mas Sam e Patrick, os amigos que Charlie faz e que o guiam por uma nova vida de descobrimentos, assim como os outros personagens, deixam de ter o “filtro” do olhar deslumbrado de Charlie nas cartas, o que deixa tudo muito literal na película. Mas é possível entender que o diretor não quisesse fazer um filme todo de leituras de cartas. No filme, as cenas acontecem, não são narradas. Isso faz diferença. O livro é mais interessante porque é mais complexo, já que tudo o que se lê veio da mente de um menino, digamos, sensível demais aos fatos e às pessoas.

Sexo, uma questão bem forte no livro, passa quase que de leve no filme. Música, um tema recorrente e hype no filme, é detalhe no livro.

Outra baixa triste no filme é o pequeno espaço que sobra para Bill, o professor de Inglês Avançado, fundamental no livro e para entendamos quem é o Charlie e, o mais legal, o que ele lê e como se relaciona com as suas leituras.

Mas, claro, o filme tem muitas vantagens. Além da trilha cheia de rockzinhos gostosos (vocês deveriam estar ouvindo isso agora), os atores são ótimos. Destaque pro Patrick, interpretado por Ezra Miller — o menino de Precisamos falar sobre Kevin. De tão bons que são os atores, como eu podia esperar, a medida que eu avançava no livro, os personagens, na minha cabeça, tinham as caras e os jeitos dos atores. Não consegui me desvincular!

De qualquer forma, indico muito o filme e o livro. Juntos, separados, livro primeiro, filme depois, ou o contrário. Uma história bem contada, vale sempre a pena 😉

As vantagens de ser invisível

Stephen Chbosky

Tradução de Ryta Vinagre

Rocco Jovens Leitores, 2007

Preço: R$29,50 (aqui)

ps: Não gostei da tradução! Alguém aí, enquanto lia, sentia que conseguia perceber as frases em inglês por trás do texto em português? Achei realmente ruim. Sorte que a Sam é muito charmosa, o Patrick é muito divertido e o Charlie e muito fofo e a gente esquece tudo!

Resultado — Promo Bruno Schulz.

Aeeee! Atrasei (alguns dias, eu sei), mas chegou o gran dia do primeiro sorteio desse glorioso (só que não) blog!

Fiz o sorteio pelo Randon.org levando em conta o número de comentários no post da promo. Foram 63 comentários (recorde mundial do Blog da Editora) e o número sorteado fooooooooooi:

 


Fui contando, uma, duas, três vezes e a pessoa que vai ganhar um Bruno Schulz belíssimo na sua casinha é:

tcharanranrã…

Amanda Zampieri!!! Parabéns, Amanda!!! Você deixou e-mail e tudo direitinho, então AGUARDE que vou lhe mandar um e-mail pra poder mandar o lindão do Bruno Schulz na sua casa!

Aos demais que participaram, agradeço MUITÍSSIMO! Continuem vindo ao Blog que, volte e meia, tem novidades, dicas e mais promoções, claaaaro!

Beijos.

Cosac Naify com descontão — Dicas pra não se perder na promoção

Vocês devem ter visto que a Cosac Naify está com 50% em todo o seu catálogo em várias livrarias onlines e físicas (veja aqui). E pra vocês não ficaram muito malucos nessas horas que restam de compras baratíssimas, chamei alguns dos nossos blogueiros mais amados para indicarem livros pra gente se jogar sem medo de errar na escola.

Vamos lá!

  • Dicas de Pips (editor amado do meu, do seu, do nosso Meia Palavra)

A brincadeira favorita (Leonard Cohen) Cheio de citações musicais, bom humor e muita poesia – disfarçada de prosa – A brincadeira favorita é um romance que seduz e captura o leitor, antes mesmo que este possa tentar se livrar do feitiço poético de Leonard Cohen. É quase impossível acreditar que esse tenha sido o primeiro romance do poeta e compositor tamanha sua qualidade estética e prosaica. (esse copiei do meu post mesmo http://blog.meiapalavra.com.br/2012/04/17/a-brincadeira-favorita-leonard-cohen/ )

Diário da Guerra do Porco (Adolfo Bioy Casares) A narrativa desse livro é tão fantástica (nos dois sentidos de fantasioso e incrível) que não é possível desgrudar dele um minuto. Adolfo Bioy Casares mostra o choque entre duas gerações, os velhos deixados de lado, inúteis para a sociedade; e dos jovens cheios de vigor, mas vivendo em um cenário pouco atrativo. Em determinado momento, não sabemos até que ponto os acontecimentos são reais ou sonhos dentro desse universo.
Uma das sentenças mais lindas da literatura:  Na velhice tudo é triste e ridículo: até o medo da morte.
A invenção de morel (Adolfo Bioy Casares) O homem brincando de ser Deus. A eternidade ao alcance das mãos, mas uma para sempre sem uma vida real, um projeção dela. As pessoas podem ser eternas mas sem suas almas!
Através de uma escrita elegante Bioy nos entrega uma obra que aborda assuntos atemporais: o homem que quer ser Deus, a tecnologia como estopim para uma idéia de eternidade e superação das leis da natureza e o amor platônico. (também tirado do Meia http://blog.meiapalavra.com.br/2009/02/19/a-invencao-de-morel/)
Cinema, Video e Godard (Philippe Dubois) Para quem quer algum dia estudar cinema além das filmagens, além da teoria, os ensaios do Phillippe Dubois (professor da Sorbonne) são essenciais para compreender estética e linguagem da era moderna da sétima arte. Para muitos é um dos melhores estudos sobre Godard.
Hey, guys. Minhas dicas apresentam um degradê de preços, para todos os tipos de bolsos.
Guerra e paz, de Lev Tolstói Se você aguardou o ano inteiro, esperando para comprar a edição super especial desse clássico da literatura mundial, essa é a hora. Tolstói, traduzido direto do russo por Rubens Figueiredo, com capa especial para não marcar a lombada, dividido em dois volumes e impresso em papel bíblia para você carregar para todos os lados sem dó, que podem ser guardados em uma caixinha transparente bem bontininha. A tradução foi elogiadérrima no lançamento e, quer saber?, o livro está gostoso demais de ler, flui que é uma beleza. Destaque para a manutenção dos trechos originalmente escritos em francês, traduzidos em nota de rodapé: se você já se arrisca nessa língua, vai ganhando um vocabulário excelente. Fora que é o melhor bookend para a sua estante.
Moby Dick (ou A Baleia), de Herman Melville Este foi um dos melhores livros que li na adolescência. Um daqueles que, desde o começo até dias depois da leitura, você pensa “Então ISSO é que é um clássico!”; daqueles que temos certeza de que leremos novamente depois. Quando li, ainda não havia a edição da Cosac que, ouvi dizer, é fantástica – folheei algumas vezes nas livrarias e tive de me segurar para não comprar. A capa é linda, o projeto gráfico ganhou alguns prêmios e a edição não apenas apresenta uma tradução nova (feita por estudiosos de Melville e do vocabulário náutica), como também inclui um espaço para a fortuna crítica, textos que só ajudam a mergulhar mais profundamente na obra. Quer mais?
Bartleby, o escrivão – uma história de Wall Street, de Herman Melville Outro Melville em minha lista, sendo este consideravelmente mais curto (e mais barato!). Esta não é a única edição existente do livro, mas deve ser a única que oferece uma experiência de leitura à altura das frases nela contida. Você tem de descosturar a capa – que se assemelha às pastas que encontrará no escritório em que Bartleby trabalha -, além de cortar as páginas do livro – tal como se fazia antigamente, quando os livros novos vinham encerrados em mistério. As paredes sujas e cinzentas que, de início, não fazem muito sentido, ganham significado na medida em que você vai lendo a história desse homem que, o ser chamado para fazer as coisas, responde: “Acho melhor não”.  (Dica: se você for perfeccionista, dê preferência a um estilete na hora de cortar o seu exemplar.)
Menção honrosa 
A contadora de filmes, de Hernán Rivera Letelier Assim como o livro anterior, ele já foi video-resenhado pela fofa da Raquel (o video é todo bonitão, mas ela fala especificamente desse livro a partir de 1:10 http://www.youtube.com/watch?v=xg8SEzkxDGo). Eu ainda nem a conhecia pessoalmente, nem tinha alguma razão especial para confiar tanto no gosto de alguém que eu nunca tinha visto (além de, lógico, ela ser uma doçura de guria no vídeo), mas os fatos são os seguintes: eu vi o vídeo, descobri que o livro tava com um preço bacanudo num sebo da minha cidade (ainda assim estava uns 5 pilas mais caro do que na promoção de hoje), saí mais cedo pro aniversário do Gui (o mesmo que falou de Anna Kariênina neste post) para ter tempo de comprar o livro e, quando voltei pra casa, devorei numa sentada. É. Bom. Demais. Assino embaixo do que a Raquel disse no vídeo.

O Romance – A história do romance Para quem, mais do que da leitura de bons livros, gosta de aprofundar seus conhecimentos literários. O volume é gigantesco. Imenso. Enorme. É incrível constatar a reunião de tantos escritos estimulantes — e tantos intelectuais respeitados — em uma edição de mais de mil páginas. (Há algumas ilustrações ao longo da obra, e digo isso porque sei que a informação conta pontos para alguns.) Para quem gosta de Madame Bovary eO Vermelho e o Negro, de Os Miseráveis e Moby Dick, este livro é um dos mais indispensáveis: é possível constatar os arredores que envolveram a publicação de cada romance e algo sobre o teor do próprio romance (não só destes, aliás, mas de muitos outros, da mesma forma que há ensaios genéricos sobre narrativa, protagonistas, oralidade etc.). Indispensável para se ter na estante.

Virginia Woolf – A medida da vida Considerada por muitos críticos um dos melhores e mais fieis retratos da escritora inglesa, a biografia assinada por Herbert Marder é apaixonante. Utilizando como ponto de partida os diários e as cartas de Virginia, Marder compôs um panorama bastante preciso e detalhado da vida adulta da autora de As ondas. O mais incrível é que o livro é extremamente caprichado: a edição é belíssima, e a prosa não incorre, de forma alguma, no didático e enfadonho. Estamos diante de um livro que se propõe a mostrar Virginia sem emitir julgamentos; são apresentadas, normalmente em ordem cronológica, suas dificuldades cotidianas, suas crises, suas amizades (o  Círculo de Bloomsbury), seus amores, sua melancolia e seu suicídio. Indispensável para quem gosta, ou quer aprender a gostar, de Virginia Woolf.

Clarice, uma biografia Para criar uma das biografias mais interessantes da autora, Benjamin Moser pesquisou exaustivamente, como só um apaixonado faria, a vida e a obra de Clarice Lispector. Clarice, uma biografia é detalhado ao extremo. Os fatos mais marcantes da trajetória da escritora são apresentados em conjunto com o próprio contexto histórico que os possibilitou. Nada, sequer a análise de seus livros mais importantes, fica de fora. A vida pessoal e a vida profissional de Clarice são radiografados com imenso carinho e respeito por alguém que é, antes de tudo, um admirador de sua vida e obra. Não esperem distanciamento: esperem objetividade mesclada a encantamento.

O som e a fúria (William Faulkner) Um livro que assusta à primeira vista pela variedade de recursos que Faulkner utiliza no texto. É inevitável (e normal) que a gente comece se perdendo entre as descontinuidades no fluxo de pensamento dos personagens e os misteriosos itálicos. Mas depois que tudo se encaixa, fica evidente a maneira brilhante como Faulkner compreende cada personagem e cria, no conjunto, uma imagem da decadência do Sul americano. Um livro para reler sempre e ir cada vez mais fundo.

O assassinato e outras histórias (Anton Tchékhov) Não que seja difícil fazer uma seleção de ótimos contos de Tchékhov, mas acho excepcional essa edição da Cosac. Todos os textos ilustram bem a capacidade que o escritor tinha para, como poucos, capturar a complexidade da psicologia humana e a forma como ela se desenrola em nossos atos. Mas meu conto favorito mesmo é “O professor de letras”, para mim um exemplo perfeito da maneira como a infelicidade pode nascer simplesmente do tédio.

 Um, nenhum e cem mil (Luigi Pirandello) Até hoje um dos escritores mais queridos pelos italianos, Pirandello se consagrou pela maneira como mistura personagens comuns, situações cômicas e, ao mesmo tempo, sérias questões existenciais. Nesse livro as aflições do protagonista começam no momento em que percebe, pela primeira vez, que seu nariz é ligeiramente torto. Dessa observação trivial segue, no entanto, uma desconfiança total de si mesmo, que perturba a rotina de todos à sua volta e quase chega à loucura. Que eu saiba, a tradução publicada pela Cosac é a única disponível em português para essa história que interessa de leitores curiosos a psicanalistas.

Contos – Virginia Woolf Todos. Eu disse t-o-d-o-s. Todos os contos da Virgínia Woolf. Se pudermos expandir a ideia de “obra de referência” eu colocaria esse livro nela.
Mesmo sendo mais conhecida por seus romances dar uma espiadinha nos contos dessa mulher modernista (coleção linda demais) vale a pena.
A máquina de fazer espanhóis – Valter Hugo Mãe Mesmo não assinando mais com as minúsculas, Valter Hugo Mãe não deixa de passar curiosidade.
Descobrir porque o autor das letras pequenas foi elevado às grandes pela crítica é uma boa pedida.
Strange Fruit – David Margolick Você já ouviu essa música? Se não pára tudo e vai ouvir (http://www.youtube.com/watch?v=h4ZyuULy9zs&feature=player_embedded).
Esse livro conta a história de uma das músicas mais emocionantes sobre o racismo nos EUA (embora eu coloque Blackbird nesse balaio). Com a interpretação de Billie Holiday ela é de arrepiar.
  • Dica do Gui Magalhães (jornalista do Rascunho)

Anna Kariênina – Liev Tolstói Uma das obras-primas da literatura mundial, Anna Kariênina é um calhamaço dos mais prazerosos de se ler. São 800 páginas de intrigas familiares, traição, humor e muito, muito romance, sem esquecer-se do impecável retrato da aristocracia russa de fins do século XIX. Por que ler esta edição? Porque é a primeira e única brasileira traduzida diretamente do russo, pelo expert Rubens Figueiredo, que também escreve uma ótima e inédita introdução. O livro traz também uma árvore genealógica bem bacana para ninguém se perder entre os vários núcleos familiares.

Suicídios exemplares – Enrique Vila-Matas O melhor livro de contos que já li na vida. O escritor catalão aqui fala do fracasso, talvez o tema preferido de sua literatura. São dez histórias carregadas de humor, exemplares ao explorar as incertezas de seus protagonistas quanto a este ato brutal e ao mesmo tempo tão sedutor, o suicídio. A possibilidade de porem um fim às suas vidas é o que desperta nos personagens o desejo de não a abandonarem, numa narrativa irônica e sofisticada.

Os 25 poemas da triste alegria – Carlos Drummond de Andrade Esse Drummond você não vai achar em nenhum outro lugar. São 25 poemas inéditos até hoje, escritos seis anos antes de Alguma poesia(1930), primeira obra publicada de Drummond. Como se poema inédito do mineiro não fosse motivo bom o bastante pra você, os versos são acompanhados de anotações feitas pelo próprio Drummond, quando revisitou os poemas em 1937, além de comentários do amigo Mário de Andrade. Tudo fac-similar. Uma edição crítica que nos apresenta a um jovem e autocrítico Drummond, que já regava com afinco a semente do grande poeta que viria a ser.

  • Dicas da gata da literatura e minha bróder de ruivice, Izze Odeli (do Meia e o do Rizzenhas)

Como funciona a ficção (James Wood) James Wood é um dos principais críticos literários em atividade. Nem todo leitor é lá muito aficionado pela “parte técnica da coisa”, mas se tem um mínimo de interesse em saber o que faz de uma obra literária uma boa leitura, é pra esse livro que tem que correr. Wood explica de forma bem simples e objetiva todos os elementos que toda boa ficção deve trabalhar e como. Personagens, verossimilhança, foco narrativo, linguagem, enfim, ele fala o que é, como tem que ser e exemplifica bem seus argumentos.

Conversas com Scorsese (Richard Schickel) Mesmo eu que não sou lá muito ligada em cinema – e nem vi todos os filmes de Scorsese – adorei ler essa conversa. Schickel também é diretor e estudioso da área, além de amigo de Scorsese. O livro é, literalmente, uma conversa, em que o autor leva Scorsese a falar da sua infância, o início da carreira e como foi o trabalho em cada um de seus filmes. Duas coisas entre tantas outras que são ótimas nesse livro: 1- a forma apaixonada com que os dois falam sobre cinema; 2- a vontade que fica de assistir todos os filmes de Scorsese logo após terminar de ler.
Bonsai (Alejandro Zambra) Como é que pode um livro tão pequeno dizer tanta coisa e ser tão lindo? Muita gente amou Bonsai, o que faz todo o sentido já que essa é uma história de amor. Mas é uma história de amor que já começa prevendo o fim do relacionamento entre Julio e Emilia. Em pouco mais de 90 páginas o livro conta o início, o desenrolar e o declínio desse amor marcado por leituras e pequenas mentiras envolvendo literatura. Literatura, aliás, que está constantemente presente em toda a história. Bonsai é um ótimo livro para quem procura por uma leitura rápida, mas intensa.
UFA!
A diagramação desse post ficou meio sem noção, sorry! Tentei muito arrumar, mas o wordpress não colaborou. De qualquer forma, espero que ajude e divirta =D
Obrigada a todos os queridos que toparam participar! E, bem, vamos aproveitar, né?

Tô de volta e com sorteio — Ficção Completa do Bruno Schulz

Adivinha quem voltou? Sim! O Blog da Editora.

E já voltou arrasando muito. Não, não é vídeo novo. Mas é melhor, garanto.

É o primeiro sorteio do nosso blog amado =)

Nada mais justo do que sortear algo pra vocês que sempre me mandam e-mail, comentam posts antigos e comentam em vídeos mais velhos ainda, sempre tão queridos, pedindo meu retorno. Uhu \o/

E não é sorteio mequetrefe, não senhores. É sorteio de livro lindo, rico, literatura da mais alta classe. E um autor ainda um tanto desconhecido, porque nada melhor do que conhecer uma nova voz na literatura.

Bruno Schulz — Ficção Completa

Esse livro já ganha muitos pontos na lista de desejos por fazer parte da coleção Prosa do Mundo. Ganha mais ainda quando é tão elogiado no Globo e pelo (muso) Sérgio Rodrigues.

E aí? Animaram?

Pra participar, basta comentar (uma só vez) nesse post, preenchendo seu nome e e-mail. Só isso. Bem simples. 😉

(Mas se quiser seguir o blog também, eu ia achar bem legal!)

O sorteio será dia 19 de outubro. Entrarei em contato via e-mail com o/a sortudo/a. Eeeee que emoção!! 

O sorteio vale pra o mundo inteirinho, o envio é por conta da casa… ou melhor, do blog.

Demorou, né? Comenta aí e não deixa de vir aqui mais vezes, tá?

Até loguinho.

Vídeo novinho em folha!

Oi!!
Como promessa é dívida e promessa, nesse blog, é lei, aqui vai mais um vídeo (de volta na sala de casa, já que o quarto foi reprovado mês passado) cheio de livros lindos, interessantes, cheirosos e tudo mais!

Espero que vocês gostem! Atualizo o post mais tarde para dar as informações de cada livro!

Ps: Vocês sabiam que hoje, dia 12 de junho, é dia da Rússia? Eu não sabia, me contaram no facebook. Ó que massa, essa nossa Rússia

 

Beijos e feliz dia da Rússia!

Meus pequenos e amados livros

O maior pressuposto de voltar à ativa no blog é postar!, então quero muito dividir esse particular momento da minha “vida de leitora” com vocês, que ocasionalmente passam aqui e me fazem tão feliz.

Nunca tive tantos textos e livros para ler na minha vida! Sei, isso parece uma alegria… mas não é sempre assim, já que muitas dessas leituras são específicas ou do trabalho, ou (e, muito principalmente) do Mestrado.
Eu adoro meu Mestrado, adoro estudar literatura russa, poesia, teoria da poesia e da tradução… mas há momentos em que tudo o que eu quero é ler um romance, uma história que me divirta, me acrescente e me afaste, um pouquinho, do meu objeto de estudo.
Acho que esse afastamento é muito importante, faz a gente recarregar as baterias. Mas tenho consciência de que tenho que focar meu tempo nos estudos, então não posso ficar muitas horas do dia, que já é corrido, lendo longos romances. Pelo menos, por enquanto…
Então, nesses últimos dias, mais atarefados, estive focada em ler pequenas histórias, que me ajudam a espairecer, a curtir, a relaxar e voltar com força pras leituras obrigatórias. Além disso, comecei a me interessar por livrinhos pequenos, mas substanciosos, se é que vocês me entendem.

Pensando nisso, preparei uma listinha com o que comprei, li e o que quero comprar e ler.

Pequenos que tenho e/ou li: 

A contadora de filmes

O livro conta a história de Maria Margarita, filha caçula (e única menina) de um mineiro chileno, já aposentado por invalidez. Com a chegada do cinema nessa cidade, cuja a única ocupação é o trabalho nas minas, Maria descobre sua verdadeira paixão, sua vocação, mas também conhece o sofrimento e a frustração. O livro tem 106 páginas, e um formato quase pocket. O miolo é lindo, imita a tela do cinema… Uma graça. Li e já faço resenha!

Bonsai

A ideia é manter na literatura somente o que a faz ser, de fato, literatura. Sem adjetivos supérfluos, sem fru-frus, sem reviravoltas e surpresas no final. Parece trecho das cartas de Tchékhov sobre como ser escritor, eu sei, mas é a proposta de Bonsai, livro de estréia de Alejandro Zambra (nome já confirmadíssimo na FLIP – que tá chegando!!!). Li numa sentada, num domingo de noite. E amei! Delícia de história, de projeto gráfico, de belezura… ❤

Lady Macbeth no distrito Mtzensk

Não achei uma imagem menor =/

AMEI MUITO! Li já faz um tempo, mas nunca poderia deixar de fora da minha lista de pequenos-e-amados, pois foi meu primeiro livro lido numa só sentada, num fôlego só. E é russo <3! Leskóv é um grande autor russo ainda muito pouco conhecido nas nossas terras. E nesse livrinho, ele nos conta a história de Catierina Lvovna, uma pacata esposa que se torna “Lady Macbeth” (que, coincidência ou não, é minha personagem preferida de Shakespeare – ou melhor, minha personagem preferida de tudo o que li de Shakespeare até hoje!).

Bartleby, o escrivão

Desse, não posso dar resuminho. Ainda não li… Mas já comprei e ele tá lá, na estante, sorridente. Esse título faz parte de uma coleção linda que se chama Coleção Particular da Cosac Naify. É uma coleção de textos curtos (oi!) e todos com um design fora do normal. No caso de Bartleby, sua “anormalidade” é: a capa precisa ser aberta, descosturada e as páginas precisam ser cortadas, refiladas, com uma espátula que já vem junto com o livro. Ainda não abri tudo porque quero mostrar em vídeo como isso funciona.

Pequenos que quero-muito-já-agora

Evidentemente a Coleção Particular está consoante com esse meu momento. Então, desejo dois títulos de lá, assim, pra ontem:  Zazie no metrô (de Raymond Queneau) e Primeiro amor (de Beckett). Esses títulos tem projetos gráficos lindos, vale o clique!

A coleção 64 Páginas da L&PM também não poderia ficar de fora, uma vez que eles estão lançando títulos massas, curtinhos e custando cinco reais! Não são livros lindos, de capas incríveis, mas as traduções são confiáveis e, bem, são cinco pratas! Vocês já conhecem a coleção? A lista de títulos em catálogo está aqui. Nem vou colocar todos que quero porque, NÉ, vai lotar o post!

Agora, diga aí. Vocês gostam de ler livrinhos mais breves ou curtem mais uns grandes romances? Dê a letra aí nos comenários =)

(Posso confessar? Acho que logo mais vai bater uma abstinência de romanção… aí quero ver, vou correr pro Guerra e Paz, Ulysses…)

Hey, hey, hey!

Nota

Estou de volta depois de uma pequena ausência (pequena?) que me foi imposta pelas veredas da vida. E, bem, depois de uns dias de muito caos, estou de volta. Feliz da vida. Alegria que não cabe no peito. E sensação de que ainda tenho o mundo todo pra percorrer. A vida toda diante de mim.

Maaaas, falemos de livros, não? Afinal, é pra isso que a gente está aqui!

Estou preparando uns posts bem bacanas e espero que vocês curtam (os vídeos estão nos planos, claro!!).

Enquanto não blogo o que prometo, deixo vocês com uma listinha de lançamentos interessantes que vi essa semana nas andanças nas livrarias.

Estou numfever de ler clássicos. E Joyce a Virginia (com seus respectivos domínios públicos) estão ululando nas prateleiras. E eu desejo!

Ulysses (Penguin-Companhia), do Joyce.

A edição está um primor! O preço é bom (na Livraria Cultura chega na casa dos trinta reias!), mas o comprometimento tem que ser de fôlego. São 1112 páginas na vida de um cara. Mas, pensando bem, não sei… acho que preferia ter um clássico desses em capa dura, edição luxo… mesmo que seja um pouco mais caro. Tem livro que merece, né?

Mrs. Dalloway (CosacNaify), da Woolf

Sou suspeitíssima para falar sobre essa coleção, Mulheres Modernistas, que a Cosac mantém há muitos anos. Não é a primeira vez que eles lançam Virginia Woolf (quem não tem ama/cobiça/tem aquele livrão de capa vermelha, tão amado?), mas capricharam nessa edição da Dalloway. O livro não é tão extenso e o design é super convidativo. E, quem sabe, não vale a pena aproveitar pra levar outra mulher modernista pra casa? Fiquei de olho na Blixen (Sete narrativas góticas) e também na Gertude Stein (todos!!!).

Vamos acompanhar cenas dos próximos capítulos (próximas compras, próximas leituras…)

AH! Não me esqueci: tô devendo resenhas! Li cada coisa linda ❤

Beijos e até ja-já!

Desafio literário FAILED

Bem, acho que já tá bem óbvio, mas não custa nada explicitar. Estou saindo do DL 2012 porque não consegui, por 2 meses seguidos, cumprir a leitura planejada.

Tive problemas com encomendas (que atrasaram meu livro de Abril) e acabei me engraçando (na maior infidelidade) com livros que eu não “tinha” que ler pro desafio e acabei atrasando tudo. Pulei Março e Abril.

Portanto, sai do Desafio oficialmente.

Vou deixar a vida se encarregar dos livros e querências daqui pra frente!

Beijos,

Minha (famigerada) lista de personagens femininas

Domingo passado saiu um texto meu no Meia Palavra, sobre minhas 5 personagens femininas. Decidi publicar aqui também =)

Espero que gostem!

Ah! As imagens usadas foram todas retiradas lá do Meia.

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Listas são sempre motivo de ansiedade, palpitação e um tico de agonia para mim, principalmente pelo que tenho que omitir numa seleção. Mas eu seria hipócrita se dissesse que não amo fazer meu “top 5” de tudo, desde que vi pela primeira vez High Fidelity (faz tempo, hein!?). Encaro os imbróglios emocionais por ter deixado muitos nomes importantes e queridos de fora (e encaro as críticas que virão) para apresentar, aqui, minhas cinco personagens femininas prediletas.

Para achar as prediletas, fui ao fundo das minhas leituras e logo lembrei as cinco personagens que eu quis ser ou conhecer, ser amiga, ao longo desses anos como leitora. Claro que não pude incluir todas (vocês me julgarão pela omissão de várias, eu sei), mas levei em conta os livros que li (ainda não li tudo o que eu queria, infelizmente) e as personagens mais arrebatadoras.

Desde já, me desculpo pela ausência de Capitu. Acho que ela já está acima de qualquer lista e dispensa sua posição para que moças um pouco menos óbvias possam aparecer.

E, sem mais delongas, vamos às minhas cinco musas literárias.
1 – Uma mulher de garra, com objetivos muito claros e que fará de tudo para realizar o que considera o certo. Antígona, personagem central da tragédia que leva seu nome, escrita por Sófocles, é a verdadeira heroína grega. Na tentativa de sepultar seu irmão contra as ordens do Rei, Antígona é corajosa, nos surpreende o tempo todo e levanta uma questão importantíssima e atemporal: até que ponto devemos confiar nas decisões de nossos governantes? Heroína e revolucionária! No fundo, todos querem ser como Antígona.

2 – Falar de adultério em romances do século XIX é quase um clichê. Mas minha escolha é justamente baseada nisso: Anna Karenina é a adúltera mais interessante, foge do lugar-comum. Sensual, charmosa e festeira, mas também boa mãe, mulher dedicada e senhora recatada: uma dualidade perfeita para que nós, leitores, também nos apaixonemos. Nesse romance, Tolstói é genial e seria impossível não incluir sua mais encantadora personagem nessa lista.

3 – A gaivota, peça de Tchékhov, trata do meio artístico-intelectual da Rússia, antes da Revolução. Ok, interessante. Mas, pense comigo: onde tem muito artista junto, costuma aparecer umas loucuras e, nesse brilhante texto de Tchékhov, toda a loucura se concentra em Nina. Primeiro, ela aparece como uma jovem aspirante à atriz. Depois, mulher passional, cheia de aspirações e inspirações. Junte isso tudo a um coração partido. Pronto! Mais cativante impossível.

4 – Clarissa Dalloway, talvez o nome mais óbvio dessa lista, é um dos meus maiores casos de amor literário. Ela é protagonista absoluta de Mrs. Dalloway (romance que dispensa apresentações, bem como a autora), mas também dá o ar da graça em contos de Woolf. Burguesa por excelência, Clarissa nos leva do amor ao ódio na efervescente Inglaterra do início do século XX. Merece, por sua personalidade tão interessante e bem construída, ser lembrada aqui.

5 – Diadorim, de Grande Sertão: Veredas, conhecemos sempre pela narração de Riobaldo. Os dois são jagunços, companheiros de lutas e, na história que Riobaldo nos conta, Diadorim é o perfeito paradoxo: a incerteza e a certeza, o bem e o mal, o homem e a mulher. Uma das maiores personagens da literatura mundial e a mais misteriosa criatura do sertão de Rosa. Para quem adora se mergulhar em contradições da vida, Diadorim é prato cheio.

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E aí? Concordam? Sentiram falta de alguém? 

Digam para mim suas personagens femininas, aí, nos comentários!

Livros de março e abril, em vídeo

Aproveitei esse fim de semana super caseiro e fiz um vídeo pra reunir os livros que comprei em março e abril.

Espero que vocês gostem!

Se quiserem saber mais de qualquer livro, escrevam aí =)

Ah, o site da Revista do Curso de Russo da USP você pode baixar aqui (basta clicar em edições, tá?).

Beijo grande e bom restinho de fim de semana!